segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Sonhando

 

Sempre quis escrever bem;

Já sonhei algum dia em ser uma grande escritora.

Amo as histórias mitológicas, de aventura e fantasia, de grandes travessias, de grandes batalhas; Me vejo incapaz de pensar em algo precioso e desenvolver as idéias, para virar um conto, ou uma história, ou um livro.

Por algumas convicções que chegam com o tempo, com algumas crenças que se fundamentam, muito fundo mesmo, enraizadas, acabei perdendo esse desejo, mas principalmente por enterrar minha imaginação;

Me sinto ridícula querendo inventar o já inventado, querendo povoar a minha mente com coisas inexistentes, como fadas e dragões, magia e encantamento;

Ao mesmo tempo que amo profundamente histórias como Chronicles of Narnia, Lord of the Rings, e autores como o Bernhard Hennen e Bernard Cornwell,  mergulhando em seus contos, rindo e chorando, entregue à leitura, me pego tão sem imaginação nenhuma.

Quando fecho o livro, seja por uma pausa, ou término, volto a lembrar de que nada existe daquelas belas história, e que eu tenho mesmo é que acordar cedo, trabalhar, pagar as contas. Lembro que a política e a leis mais me fodem do que qualquer outra coisa, e que não dá pra bancar o Robin Hood, sem encarar uma polícia corrupta e uma cadeia cheia de gente sanguinária sem honra.

Os contos de fadas modernos são só para quem tem dinheiro e ainda tem ilusões sobre fama, grandeza e nome.   

A verdade é que a morte passa a régua em todo mundo. Todos morrem. E seja qual tenha sido sua vã filosofia nesta vida, sua ilusão, sua busca ou sua cegueira, você vai morrer, e em 50 anos, ninguém mais se lembra do seu nome, e nem importa, nem interessa. Todos que você conhecia estarão mortos também, e mesmo que você tenha um legado (uma contribuição científica, uma tese revolucionária) em 50 anos você já é obsoleto e não serve de referência nenhuma.

É derrotista, eu sei; É fatalista e nuito amargo pensar assim, eu sei também. Mas não consigo evitar. Não penso assim porque acho bom, mas porque minhas convicções me levaram a essas conclusões, e agora não dá mais para voltar atrás.

Queria a minha imaginação infantil de volta, queria criar mundos inteiros de fantasia; Queria pensar que em algum lugar, além da minha imaginação, as histórias pudessem ser reais, vívidas e cheias desse romanceamento barato que fazemos das coisas terríveis.

Eu leio muito. Quando gosto de um livro, levo menos de um dia para ler, independente de quantas páginas tenha. Chego a ler livros de mais de 300 páginas em uma tarde, ou pouco mais de 6 ou 7 horas ininterruptas.

Somente nesse instante eu deixo esse nosso mundo enfadonho e tedioso para trás, e mergulho nesse mundo irreal, criado para nos encantar.

Mas eu, pensar, imaginar, desenvolver e escrever…esquece… isso está em alguma outra galáxia, encarcerado junto com a minha imaginação, perdido para mim… pelo menos nesta vida.