terça-feira, 3 de julho de 2012

Em julho de 2012

Estava pensando na imensa necessidade que algumas pessoas têm de contar tudo sobre suas vidas, muitas nem ao menos consideram se o assunto interessa aos que ouvem.


Não costumo contar muita coisa, tenho poucos amigos para os quais faço confidências e nunca em detalhes.

Há uma diferença entre desabafar e se expor e eu procuro nunca romper essa barreira.

Pensando nisso me lembrei deste poema de Clarice Lispector que fala algo sobre o assunto.

Se tudo existe é porque sou.
Mas porque esse mal estar?
É porque não estou vivendo do único modo que existe para cada um de se viver e nem sei qual é.
Desconfortável. Não me sinto bem.
Não sei o que é que há. Mas alguma coisa está errada e dá mal estar.
No entanto estou sendo franca e meu jogo é limpo. Abro o jogo.
Só não conto os fatos de minha vida: sou secreta por natureza.
O que há então?
Só sei que não quero a impostura. Recuso-me.
Eu me aprofundei, mas não acredito em mim, porque meu pensamento é inventado
.”

 

Só que hoje estou triste… sentindo falta das nossas longas conversas, dos teus dedos por entre os meus cabelos…  hoje eu queria conversar longamente, sem queixas, sem reclamações.. apenas conversar sobre o mundo todo, sobre planos e sonhos.. como fazíamos enquanto vc estava ao alcance da minha mão…