segunda-feira, 30 de maio de 2011

Nos guardados, bem lembrados...

Triste Erro  -  Pedro Meirelles  

Enterre fundos, seus medos e segredos 
A sete palmos do chão 
Para que nunca sejam encontrados 
Nem mesmo desconfiados  

Se um homem só é ele mesmo 
Quando esta sozinho, 
Mate seu eu solitário 
E jogue o corpo ao mar 
Pois as paredes agora têm ouvidos 
E os olhos existem onde se menos espera  

Afogue seus medos na piscina
E creme seus segredos na chama do fogão 
Picote seus diários 
E suma com as velhas cartas de amor
Mas suma bem sumido 
Pois quando se quer mesmo achar algo 
Acaba se achando  

Se para viver sem o medo de ser descoberto 
É preciso apagar com ácido todas as suas memórias 
As boas, as más, as tristes e solitárias 
As doces e memoráveis, raras e deliciosas
Diluídas, derretidas, despedaçadas 
Melecando o chão da sala  
Triste vida sem nada 
Triste vida sem vida 
Sem lembranças memoráveis 
Erros, medos e segredos 
Vida normal, aceitável 
Como sempre se quis 
Vida perfeita mas infeliz



*Legal a gente ter coisas bonitas guardadas néammmm?? Ainda mais quando elas refletem uma época, um sentimento e um despertar.

Poema escrito por um menininho (mentira ele sempre foi um meninão enorme, alto, rsrsrs) de 15 anos (isso em 2005, agora ele é um respeitável "maior" hahahaha), chamado Pedro Meirelles (página do Pedro no Facebook AQUI)

domingo, 29 de maio de 2011

Coreografia

Percebeste, não mais que sentiste
Que a presença domina o ser...
e contamina
A matéria que pulsa enquanto a rotina...
Retina retinta...
A palavra que é só eco
no ouvido que rói
Desconexo... e decifra aquilo que sente
Do presente que entende
que a vida continua
Independente do que aconteceu com a gente
Anestesia.
Como morfina
Esqueço que um dia alguém rompeu minha vida
Com palavras que não são minhas
Desconexa agora é minha atitude,
Mas conexa um dia senti tua língua
Teu idioma em minha boca fluía
Hoje, neste dia quente
Lembrei-me de você,
De suas palavras e de nossa magia
Enquanto o sol volta a brilhar neste mundo
Como se me faltasse o ar...
Recordo com carinho cada passo da nossa coreografia.

Originalmente no Multiply, em  Feb 22, 2008 06:26 PM

sábado, 28 de maio de 2011

Post It

 

Quando o horizonte se fecha
O azul converte-se em cinzento
e o próprio mar fica
da cor do vento.

(Manuel Alegre _ in Doze Naus)

 

Originalmente postado no Multiply, em Apr 4, 2008 10:07 PM

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Quisera

Que as perdas não fossem tão imensas, nem as feridas tão profundas.
Que viver fosse simples, e cheio de sol e música.
Que a quietude tivesse nascido da tranquilidade, e não da melancolia.
Que o medo não estivesse sempre presente.

Que eu pudesse chorar, sem ter medo de não parar nunca mais de chorar.
Que eu não tivesse que ser tão forte como um rochedo.
Que eu não fosse tão solitária como um penhasco.
Que a miséria não me espreitasse.
Que as histórias tivessem finais felizes.
Que minhas mãos pudessem curar, e minhas palavras fossem consoladoras.
Que não houvessem mais batalhas, feridos de morte nem prisioneiros.
Que eu pudesse lembrar de um tempo sem pranto.

Eu quisera…

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Cultura Inútil (preparação para o "Show do Milhão")

A "inguinorança" deveria assustar as criaturas deste planeta; O que ignoramos é mais do que podemos contar, é mais do que poderíamos suportar de conhecimento.

Não me refiro só aos conhecimentos científicos e matemáticos, mas às coisas simples do dia a dia.
Não conseguimos sequer guardar o básico do conhecimento da humanidade.

Em tempos de grandes catátrofes, duvido que você saiba fazer uma barra de sabão, ou saiba como fazer uma vela sem parafina.

Sabe com se faz manteiga?
Duvido que saiba como conservar alimentos sem geladeira.
Mas em um passado bem recente, há cerca de 50 a 70 anos, nossos pais e avós sabiam.


Paranóica como só eu consigo ser, aprendi de bom grado tudo que pude sobre fabricações rudimentares de utensílios diversos. Tomara que seja apenas cultura inútil, e que eu jamais precise deste conhecimento na prática, pq se isso acontecer é pq o mundo como eu conheço hoje, terá desaparecido.

Mas eu comecei esse post pq uma amiga sempre se refere ao cinema como "A Sétima Arte"; Perguntei quais eram as demais artes da humanidade, e em que ordem. (Eu sei que parece mero exibicionismo, e no fim a curiosidade é mesmo mera vaidade: só queremos saber algo para poder falar disso depois)
Evidente que ela não sabia, pq isso é uma coisa que não interessa para ninguém, e aprendemos apenas a repetir o que ouvimos, seja na TV, ou lendo em algum lugar;
Então, vou brindar os raros (mas nem por isso menos importantes) leitores do bloguezinho com mais uma pérola da cultura dita inútil:



As Artes da Humanidade


1ª -Arte - Música


2ª -Arte - Pintura


3ª -Arte - Escultura


4ª -Arte - Arquitetura


5ª -Arte - Literatura


6ª -Arte - Coreografia


7ª -Arte - Cinema


8ª -Arte - Fotografia


9ª -Arte - Banda desenhada (quadrinhos)


10ª Arte - videogame


11ª Arte digital
 
 
Pronto! Agora vc já pode participar do (extinto) Show do Milhão.
 
 
beijosfuimeliga

sábado, 14 de maio de 2011

Tartarugas e Coelhos

 

Estava procurando umas fotografias na net para montar cartazes motivacionais para uma dinâmica de grupo, e acabei parando num site com frases e pensamentos e essas coisas que infestam a net;

Me chamou atenção uma frase que eu já conhecia, de um autor que gosto muito, Kahlil Gibran:  “Tartarugas conhecem as estradas melhor do que os coelhos."

 

99% das pessoas se consideram coelhos. E de fato boa parte desta porcentagem realmente é.
Isso pode significar que a estrada passa voando, o dia passa voando, a vida passa voando;

Para as tartarugas ficam as flores mais coloridas, as frestas das nuvens por onde passa o sol, a noção de onde está o buraco na pista, a visão da estrada à sua frente, e a meta de chegar ao final, mesmo devagar. Para as tartarugas o meio é mais importante do que o fim.

Vamos todos morrer um dia. Nada do que julgamos “possuir” é de fato nosso. Tudo nesta vida é emprestado. Quando partimos TUDO fica, não levamos NADA; De acordo com a minha humilde crença, levaremos apenas o que somos, o que sentimos, o que lembramos;

Vc tem sido coelho? Que lembranças carregará da estrada da sua vida? Quem estava lá? O que vc viu? Quando foi que fez uma pausa para OLHAR de fato e não apenas enxergar?

Tem uma frase batida na web que diz: “Viver é uma coisa rara. A maioria das pessoas apenas existe”.  (Concordo com o contexto, discordo da pretensa profundidade);

Alô, alô, coelhos do meu Brasil!! Diminuam a marcha. Colecionem mais lembranças do que apenas a corrida frenética até o final. Concentrem mais energia naquilo que realmente importa, e deixem que o final chegará sozinho, sem pressa.

Quando prestamos atenção na estrada, o passeio fica mais bonito;

tartaruga-e-borboleta