domingo, 17 de fevereiro de 2013

Vácuo

 

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Se eu tivesse dito o que eu sentia, naquele dia,  tudo seria diferente.

Se eu tivesse dito, se você tivesse escutado, se a gente tivesse sentado um pouquinho mais cedo, pra conversar.

Se você tivesse chegado mais cedo, a gente teria sentado e ninguém atrapalharia, e a gente teria conversado tudo aquilo que tínhamos pra dizer. Tudo o que eu havia pensado aquele tempo todo.


Talvez,  se você tivesse chegado, eu não teria pensado tanto,  e não sentiria tanta necessidade de dizer o que pensei. Também não teria tido a vontade de que tudo fosse diferente.

Porque mudar é bom demais, a gente sabe.  Se a gente tivesse conversado... mas o tempo, naquela época, parecia longo demais. E eu pensei que, talvez, se deixássemos pra depois aquele dia de conversa, seria melhor. Ah, se você tivesse chegado um pouquinho mais cedo naquele dia!

Eu teria dito tudo o que eu achava que melhoraria, naquele tempo, do que eu sentia por dentro.

Você teria dito que não tinha muito o que dizer, mas que tudo bem me escutar.

Eu sabia que você não escutaria, por isso não falei. Mas eu tinha me programado pra dizer. Eu tinha ensaiado.

Mas você demorou e todo mundo chegou e não conversamos e não esclarecemos e hoje, eu aqui, você ali, somos testemunhas de que o tempo voa. Nossos dias de glória, tão vivos na minha memória, tão distantes agora.

E já se vão 5 meses. Eu jurei que não olharia para trás, mas olhe só para mim!

Hoje eu queria ter ouvido a sua voz... Na verdade eu precisava de um abraço. Eu precisava daquele abraço onde eu era completa, acolhida, protegida e amada como nunca mais me senti.

Eu precisava de um abraço que está longe e que eu não poderia ter naquele momento.

Lembro de coisas que mexem demais comigo e me perturbam por deixar uma saudade que não tenho como matar - e saudade só é bom quando podemos matá-la.

Não tenho como ter o abraço das minhas lembranças porque nada é como antes. Seus abraços estão longe, mas suas palavras não, e elas me conduziram para a memória das escolhas feitas e de tudo que não aconteceu.

Melhor assim... sufoco a saudade, apago as pouco a pouco as memórias,  e a vida continua..

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

The first time ever I saw your face

 

 

Jean and Logan X-Men_Phoenix_Endsong

 

The first time ever I saw your face
I thought the sun rose in your eyes
And the moon and stars were the gifts you gave
To the dark and the empty skies, my love
To the dark and the empty skies

The first time ever I kissed your lips
I felt the earth move in my hand
Like the trembling heart of a captive bird
That was there at my command, my love
That was there at my command

The first time ever I held you near
And felt your heart beat close to mine
I knew our joy would fill the earth
And last 'till the end of time, my love
And last 'till the end of time

 

 

 

Eu ♥ ♫

sábado, 2 de fevereiro de 2013

I can’t take it in

 

Bom se a vida fosse simples, 2+2, nada de Derivadas e Integrais. Simples, doce, mas não menos profunda ou rica, apenas descomplicada. Sem grandes dilemas existenciais, sem filosofia alemã, niilismo, existencialismo, outros ismos.

Uma vida de bom dias e café com leite, de beijo ao acordar, de meias de lã, de cachorro quente, de pé no chão. Depois, se a gente quisesse sofisticar, ótimo, tudo bem, grande viagem. Provocaríamos saudades pra depois matar com sexo urgente, faríamos massa ao gorgonzola e damascos, tomaríamos champanhe e comeríamos trufas, nos questionaríamos a respeito do ser diante do nada, discutiríamos Heidegger, passearíamos pela Champs Elysées e dançaríamos felizes o samba do crioulo doido.

Mas isso se e quando desse na telha, porque fantasia, porralouquice e altas indagações são ótimas quando há vida plantada na terra, há lastro real amarrando as pontas, quando a gente pode descer da montanha russa do sonho e aportar na sala de estar, cercado dos porta-retratos que contam a nossa história e depois sair por aí de mãos dadas comprar pão quentinho na esquina para tomar café.


Eu sei que mesmo as coisas que fazem falta estão presentes.

 

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Sei que estás aqui comigo porque a nossa história  é uma música que coreografa a minha vida. Eu visto a casa para morar com essa sua presença, estendo a cama à tua maneira e cozinho o que gostaria que comesses comigo. Quando rio, sei que tu gostarias de me ouvir gargalhar e, assim, tu és responsável pela minha risada um tantinho mais alta do que costumava ser, um tantinho mais solta do que costumava ser, um tantinho mais colorida. Todas as músicas passaram a ser nossas de alguma forma, por alguma frase, e não há poema no mundo que não nos pertença. Meus gestos, todos, passaram a ser reféns do teu olhar e, mesmo de longe, eu imagino que teus olhos estão em mim e então faço mimetismo de ombros e caretas, de tom de voz e frases queridas porque isso é poder te abraçar em aconchego, com braços muito mais longos que o oceano.

Meus passos são acompanhados pelos teus, numa sombra transparente de caminhos que se fazem os mesmos, ainda que em terras distantes e eu sinto nossas mãos dadas e sinto que nunca mais estarei sozinha. Vês? Estás aqui bem perto, dentro,  e a saudade me faz companhia.

 

Imogen Heap - Can't Take It In

Can't close my eyes
They're wide awake
Every hair on my body
has got a thing for this place
Oh empty my heart
I've got to make room for this feeling
so much bigger than me
It couldn't be anymore beautiful - I can't take it in.
Weight less in love...unraveling
For all that's to come
and all that's ever been
We're back to the board
with every shade under the sun
Let's make it a good one
It couldn't be anymore beautiful - I can't take it in.