O que acontece quando o AMOR morre? Alguém está presente para lhe apresentar os pêsames, ou sugerir algo que o substitua?
Fiacamos mesmos incrédulos diante da morte do amor. Primeiro, porque não se acreditava que esse AMOR pudesse correr qualquer risco. Segundo, porque esse sintoma não se manifesta de forma agressiva, num primeiro momento. Nem se faz presente através dos acessos de ciúmes ou briga passageira. Se disso, nos apercebêssemos, com certeza faríamos de tudo para salvá-lo. É óbvio, pois quem ama, ou já amou, nunca esquece o quanto o amor é importante em sua vida.
Um dos primeiros sintomas que nos mostra que o AMOR está adoecendo, é a forma negativa, com que duas pessoas por ele plugadas, inadvertidamente, passam a se tratar. Então, só notam que seus sentimentos foram feridos, sem saber o porquê. Tanto pode acontecer por parte de um homem, quanto de uma mulher, por não perceberem qual o tipo de amor que um ou outro necessita. Começam, assim,os primeiros conflitos e o esmaecimento afetivo.
Quando as pessoas acham que não são mais amadas tanto como antes, passam a agir de forma diferente. Como resultante desse descontentamento, pouco a pouco deixam de fazer o que faziam antes, quando do surgimento da paixão tresloucada e da sua transmutação para o amor.
A mente apaga, aos poucos, o passado romântico como: um olhar no olhar, os gracejos, os abraços ou os toques sutis, por exemplo, ou quaisquer outros atos, que deram origem ao sentimento. Ou ainda, a noite mágica em que sonharam acordados até o dia amanhecer, antes que a lua e a estrela brilhante, se retirassem do cenário, tornando-se o maior símbolo do sentimento que ali nascia. E a música especial, que pouco a pouco deixa de expressar o grande momento que a fizeram ser, o hino desse amor. E, ainda deixam de recordar cada momento especial, que viveram ao toque, da primeira estrofe.
E, afinal, deixam de pensar um no outro a cada dia que passa? Será que também não é um sintoma de que o vínculo sentimental está merecendo uma atenção especial, antes que feneça?
O amor perde seu sistema imunológico quando param de cuidar dele, sem se aperceberem dos seus vestígios de cansaço. E passa a adoecer quando é relegado a um plano inferior.
O amor adoece quando deixa de ser um elo importante entre duas pessoas que passam a querer um do outro, atenção, carinho, admiração, aceitação e devoção, sem perceber que ambos estão, cada vez mais distanciados.
Sentindo-se infelizes, culpam-se mutuamente, pelos seus infortúnios. Surgem as desculpas, que não curam e só comprometem a integridade do sentimento. Esqueceram-se do quanto foram felizes, quando estavam envolvidos, totalmente. Buscam a felicidade, tentando um mudar o outro, porque não se sentem mais aceitos do jeito que são, esquecendo-se que também estão agindo do mesmo modo.
E quando o amor está morrendo, ele faz com que as pessoas deixem de sentir prazer e que passem apenas a sentir obrigação de manter uma relação quase fantasiosa. Sem perceber, cada um busca um motivo para ficar ausente ou distanciado. Usam-se artifícios, desculpas e qualquer outra coisa que justifique a atitude pessoal de cada um.
Instaura-se a falência da relação afetiva, que tende a desaparecer, como se a paixão, o amor e tudo mais, que foi alimento de duas almas, não tivessem existido.
Na busca por alternativas, não se encontram respostas seguras e adequadas, porque o amor não vem acompanhado de bula;
E escrever passa a ser de novo o principal alento dos meus dias, tão quietos...